MEU MUNDO DE PALAVRAS...

      screver é uma prazerosa arte, de lidar com o imprevisível, de retratar o impossível, de fugir e inventar o visível, de materializar o invisível. Tudo o que se cria foge para um mundo onde possa ser realizado, onde possa ganhar forma e vida, onde encontre um espaço para seus personagens e ações. Eis a cabeça do leitor, a "grande vítima" das palavras, elas o rondam, o perseguem até persuadí-los e fazê-lo refém de suas tramas e versos. Vendo o poder das palavras, vi a possibilidade de também criar um mundo, e fazê-las minhas companheiras. Difícil missão, para ser poeta tem de levar um pesado cargo, um que um certo iatabirano revelou. E foi num sonho... Quando nasci um anjo, desses que vivem na sombra, disse:-Vai Tales ser gauche na vida!!!! E a isto me reduzi, fadado ao crime e castigo de ser poeta torto,assim como aquele mineirinho itabirano. E desde então, tenho oferecido a minha vida como um servo das palavras, contemplando o seu poder, e parado no tempo perplexo com o seu poder exclamei com Cecília: - Ai palavras, ai palavras, que estranha potência a vossa!É num momento de êxtase, nem ritus de ourives, vou escupindo na áspera página em branco, as palavras ardentes, intensas, inquietas, vívidas. E foi assim que descobri, junto com Clarice, um dos propósitos de escrever:"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." Eis a minha missão, relatar o que a vida me propõe, momentos de insania e lucidez, momentos de tristeza e alegria, um jogo de luz e sombra, o vôo de uma borboleta, uma gota de água... Enfim, relatar o que cada palavra de trouxer de obrigação... E trazer a cada leitor a beleza de meu ofício!!! 
SEJAM BEM-VINDOS AO MEU
                                               
                                      
                               

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

FAÇANHAS DE UMA TRAVESSA

 
Em teus olhos de sapeca e mimosa
Traço o paralelo de suas viagens
Sabes ser perigosamente tortuosa
Arrecada por tuas formas, grandes vantagens

Faz do mundinho dos outros seu inferno astral
Aposta de graça o sortilégio alheio
Mas em teu ser não há nada de mal
E brincas sorrateiramente neste altivo devaneio

E manipulas o coração como médico do faz-de-conta
Realizas as mais diversas diabruras
Mas se ofende não se mete em afronta
Disfarça com suas táticas de candura

Nas tuas tramas se encontram os doces carinhos
Mas se encontra um coração amado, o viras às avessas
Produz essências de encanto, com seu viciante cheirinho
Sempre acabas recolhendo corações,terna travessa

Tales S. Pereira

GALÁXIA DE AMOR

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Vejo-a no meu céu de sentimento
Percorre os caminhos galácticos
Seus cabelos perfazem os leves arfares do vento
Deixas os astros com inveja pobres fanáticos

Flutua na galáxia de esplendor
Orbita no espaço enamorado
Deixas minha alma em torpor
Sorriso fatal, brilho ensolarado

Faz-me se cometa, viaja em minha chama de emoção
Descobri os segredos do universo
Explode e em amor e efervescência, destrói o orbe do coração
Sede inspiração para a loucura do meu verso

Meu lindo corpo celeste, de que fenômeno nasceu?
Num Big Ben acelerado, arde minha vontade
Vejo teu corpo em pura luz, vejo que já transcendeu
Vejo-me ligado em tua fatalidade

Unimo-nos em grandes explosões cósmicas de intensidade
Fica em minha galáxia de amor latente
Roubo os anéis de Saturno em tua fidelidade
Acaricio o teu delicioso quarto crescente

Não seja finita com bilhões de anos
Mas seja infinita com sua dezena de qualidades
Em teu capricho fico louco, insano
Mas vou ao desconhecido pela sua vaidade

Está descrito nos pontos do céu
Sua jovialidade, ternura de mulher
Sinto tua doçura diáfana, desliza como mel
És tu minha estrela de calor, flor de bem-me-quer


Tales S. Pereira

SACERDOTISA DE AVALON


 
Presto reverência à tua imagem sacerdotal
Cúmplice de teu sacro ritual, oculta a tua imagem
Tem o poder dos encantos, semblante divinal
Sob o véu está oculto, sua bruma é miragem

Cumpre os votos e ritos, num fervor clerical
Eleva teus poderes, escreve o futuro em sua visagem
Proclama a força da Mãe Terra, toma o orvalho matinal
Sobe na barca, diz a palavra, que na névoa abre passagem

Festeja com união a dualidade do sexo
Arde numa loucura de paixão, prazer absoluto
 Pratica as artes da feitiçaria, Logos sem nexo
E marcha em penitente gozo, ruma o Gamo dissoluto

Áureas são as tuas vestes, véu de esplendor e graça
Evoca o calor e o poder, que jorra do Poço Sagrado, delírio que emana
Nenhum homem resiste aos teus poderes, sua beleza os enlaça
Silêncio e respeito iniciem o ritual,O RITO DA FOGUEIRA INSANA.

Tales S. Pereira

domingo, 2 de janeiro de 2011

A VINGANÇA DE ESPECTRO- PROJETO DE LIVRO


 PRÓLOGO

Em meio à cidade escura e sitiada, onde o submundo encontrava forma, Espectro rondava com uma sede de vingança oculta as normas sociais. Rastreava um alvo pouco definível, mas que lhe revelaria a dor de um passado distante. Ao falar em passado restava a Espectro um grande abismo de incertezas, o que gradualmente aumentava o seu instinto de vingança. Sob a chuva decadente, os vultos do passado o forçavam a travar aquela batalha, uma batalha contra o desconhecido...
Nem tão desconhecido... Ao revirar o seu mundo de lembranças diáfanas, uma tomava destaque... O sangue jorrava na sala de estar, pouco a pouco avançava sobre os ladrilhos, até alcançar uma pobre criancinha, debaixo do sofá, manchando sua roupa branca celeste... Vendo o corpo sendo arrastado, desprendia-se de sua garganta um grande grito: - Pai!
Um altivo trovão interrompera o seu momento de torpor, o seu alvo fora identificado. Apesar de mascarado pela ação do tempo, o seu coração o cortava de agonia e luto. Sentia que aquele homem teria as respostas para o seu passado, o seu ímpeto de fúria o faria um corpo sem vida... Mas a sua busca de respostas o refreava.
Antes de enfrentar o passado, olhava para o emblema no seu bracelete. Isto o lembrava que pertencia a um grupo de amantes da vingança. Eram os ANJOS CAÍDOS Presos a passados mal resolvidos, eles não eram humanos, pois a ira os privava de tal condição. Para eles a morte era a resposta para seus enigmas. Espectro caminhava para a boate SUBITTUS, possesso do sentimento que o alimentava, encontraria o ponto final para o seu passado...

 
AUTOR: TALES SANTOS PEREIRA

QUESTÕES DE IDENTIDADE

 
Ver-me não significa nada
Tenho uma boca
proclamadora de perjúrios e insanidade
oradora de desastres e infortúnios

Tenho olhos
visualisadores de todo escárnio humano
sempre atentos ás desagruras do tempo

Tenho ouvidos
ouvem pavores de morte e demência
prontos para escutar profecias de morte

Meu paladar
prova de todas as amarguras
saboreia com sadismo as conspirações do universo

Meu tato
se apega aos prazers da carne
apalpam o fulgor da libido

Meu corpo
é orbe vazio
recipiente de sentidos céticos

Meu espírito
é um fantasma qualquer
sem nenhuma provisão a cumprir

Mas sendo eu...
sendo ESPÍRITO
sendoCORPO
TATO
PALADAR
OUVIDOS
OLHOS
BOCA

SOU GENTE!!!!
GENTE....
GENTE OU FERA?!

Tales S. Pereira


SENHORA DA CALMA

Lanço o olhar vago
Sobre o céu estrelado
Limpo e belo
Espetáculo de constelações
Lá está ela
Iluminando a noite
Distante e sozinha
Seu semblante pálido e luminoso
Orbita em pleno silêncio
Não  ruma a odisséia do espaço
Contempla-se nos espelhos d'agua
Dona das fases
Dona das noites
És senhora dos segredos
Ouvi a pavorosa orquestra das corujas
Acompanha o horrível vôo dos morcegos
Recebe as ofertas dos cachorros, os seus uivos
É sempre terna e fleumática
Tens o controle dos mares
E as vezes banha-se em suas águas turbulentas
És senhora do silêncio
E que o silêncio expresse sua beleza

Tales S. Pereira

sábado, 1 de janeiro de 2011

REFLEXO DE TRISTEZA

 
Ao ver-me no espelho
Vejo uma figura oblíqua
Longínqua, posto que espectro
Deparo-me com a assombração
Branda e lépida
Trata-se de um reflexo
Uma brincadeira insossa do espelho
Que insistem  em mostrar-me como sou
Das mais diversas aparências
Enfim, saio de casa...
Mas antes, ponho a minha máscara
E fantasio-me do caráter que me cabe!!! 

Tales S. pereira

SENHORA DE AVALON

 
És memória dos mistérios
Dos segredos divinais
Dos velhos símbolos paupérimos
Cuidado não os profanais

Celebra em rito de prazer
A doce lua que a contempla
Funde os seres num ser
Delicado orgasmo que ainda lembra

Olha em teus espelhos naturais
O futuro inalcansável. 
Feitiços doces.Por favor, clamai!
Poder que em ti era viável

Perde-se em tua bruma
No nevoeiro, véu consagrado
Esconde tua Visão na espuma
Na pele sente o fogo do agrado

Teus arfares são singelos
Provocantes e mortais
Serva cujo semblante é tão belo
Não a compreenderia jamais

No pacto da vida união
Junta-se ao seu oposto, o homem
Ardem numa fogueira de ilusão
Num ato acelerado se consomem

Admira a força vital de um ramo
Tuas insígnias nunca provarei
Pulsa latente o sangue do gamo
Ao vencedor o título: Gamo-rei

Dedica-se humildimente à afagos
Mãe és, devido a sua ternura
Senhora divina, Dama do lago
Governas Avalon com tamanha brandura


Tales S. Pereira

O QUE RESTOU DE MIM?

 
Entreguei-me e não saciei
Vontade ardente de querer mais
E todo sentimento entreguei
Para somente ter teus "ais"

De toda culpa minha destruí
Para em troca teu doce amor receber
Em teus ásperos espinhos me feri
Martírio meu para entorpecer

E da mais pura loucura provei
Da concentrada insania me perdi
E de ti doses de frialdade recebi
Tuas ferozes punhaladas levei

Do teu corpo apenas em ossos toquei
Sem sentir o gosto da carne ardente
Em vã luxúria destruí-me e pequei
Tomando uma taça de teu veneno de serpente

E por puro desgosto adormecia
lembrando da agonia sem fim
Perguntando por que por ti vivia
E lamentando: O que restou de mim?

Tales S. Pereira























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