MEU MUNDO DE PALAVRAS...

      screver é uma prazerosa arte, de lidar com o imprevisível, de retratar o impossível, de fugir e inventar o visível, de materializar o invisível. Tudo o que se cria foge para um mundo onde possa ser realizado, onde possa ganhar forma e vida, onde encontre um espaço para seus personagens e ações. Eis a cabeça do leitor, a "grande vítima" das palavras, elas o rondam, o perseguem até persuadí-los e fazê-lo refém de suas tramas e versos. Vendo o poder das palavras, vi a possibilidade de também criar um mundo, e fazê-las minhas companheiras. Difícil missão, para ser poeta tem de levar um pesado cargo, um que um certo iatabirano revelou. E foi num sonho... Quando nasci um anjo, desses que vivem na sombra, disse:-Vai Tales ser gauche na vida!!!! E a isto me reduzi, fadado ao crime e castigo de ser poeta torto,assim como aquele mineirinho itabirano. E desde então, tenho oferecido a minha vida como um servo das palavras, contemplando o seu poder, e parado no tempo perplexo com o seu poder exclamei com Cecília: - Ai palavras, ai palavras, que estranha potência a vossa!É num momento de êxtase, nem ritus de ourives, vou escupindo na áspera página em branco, as palavras ardentes, intensas, inquietas, vívidas. E foi assim que descobri, junto com Clarice, um dos propósitos de escrever:"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada." Eis a minha missão, relatar o que a vida me propõe, momentos de insania e lucidez, momentos de tristeza e alegria, um jogo de luz e sombra, o vôo de uma borboleta, uma gota de água... Enfim, relatar o que cada palavra de trouxer de obrigação... E trazer a cada leitor a beleza de meu ofício!!! 
SEJAM BEM-VINDOS AO MEU
                                               
                                      
                               

sábado, 5 de fevereiro de 2011

MINHA MATÉRIA



Compus-me de elementos errados
Em busca de ideal de vadiagem
Encontrei sonhos selados
E atirei-me ávido na miragem


Na gula do erro abusei
Para não matar minha fome de pão
E toda a minha castidade fora atirei
Para quebrar todas a regras do não


Na torta estrada da vida encontrei
A fórmula de não ser perfeito
-Pronto, outro corpo então farei-
Exclamei, ele é o eleito!


E vi  nascer um torto anjo
Tão louco como o original
As asas de pronto arranjo
Só não arrumo o ar divinal


E ele não foi o prometido
Usurpou-me o coração
Alegou-me que não o tinha merecido
Fatal distração


Não conseguiu meu coração
Furioso rasgou-se por inteiro
Esperava por mim comoção
Desfez-se como horizonte no veleiro


Então aprendi de que matéria me formei 
Não foram de preciosos elementos
E então da lista da perfeição me risquei
Rasguei também a lista dos lamentos


Escrevi uma nova receita a contento:


"Sou feito da matéria bruta, do diamante às vezes lapidado,
mas que nunca perde sua essênciaSou feito astro errante, que anda com o sonho no peito
e não sabe a hora de cair"


Tales S. Pereira 

Um comentário:

  1. Lindo!!!!!!!Suas palavras são lindas Tales..
    Adorei esse
    bjs e continue a escrever...

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